Aldir Blanc
Um pilar da Cultura Brasileira

Compositor da trilha sonora da luta contra ditadura.

Nascido Aldir Blanc Mendes, no Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1946, ingressou no curso de medicina aos 20 anos e se especializou em psiquiatria, mas deixou a profissão em 1973 para se dedicar exclusivamente à música. Àquela altura, já havia feito sucesso com “Amigo é pra essas coisas”, parceria com Silvio da Silva Jr. e vice-campeã do Festival Universitário em 1970, fato que fez Blanc se juntar a Ivan Lins, Gonzaguinha e outros para fundar o Movimento Artístico Universitário. Um ano depois, “Ela”, composição sua com César Costa Filho, foi gravada por Elis Regina. E, em 1972, pela primeira vez a célebre cantora escolhe uma música escrita por Blanc e João Bosco para seu disco, que iniciaria a trajetória de sucesso do trio: “Bala com Bala”.

Em plena ditadura no Brasil as músicas de Aldir e João Bosco documentavam um país que era proibido de divulgar e desafiavam a censura: “Dois prá lá e dois pra cá”, “O Mestre-Sala dos Mares” e principalmente o “Bêbado e o Equilibrista” faziam menções aos perseguidos, torturados e exilados durante a ditadura. “O Bêbado e o Equilibrista, se tornou o hino informal da Lei da Anistia de 79, responsável por trazer de volta alguns dos brasileiros exilados pelos militares.

O Festival de Cinema de Alter do Chão 2020 vai trazer com exclusividade clipes musicais gravados especialmente para o Festival e revelações da vida do poeta e escritor com depoimentos da sua companheira Mari Sá Freire, suas filhas, amigos e parceiros na música.

Convidados Confirmados

João Bosco

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Cantor, violonista e compositor brasileiro. Considerado um dos maiores compositores da história da música brasileira.
Iniciou na Escola de Minas em Ouro Preto cursando Engenharia Civil. Apesar de não deixar de lado os estudos, dedicava-se sobremaneira à carreira musical, influenciado principalmente por gêneros como jazz e bossa nova e pelo tropicalismo. Foi em Ouro Preto, em 1967, na casa do pintor Carlos Scliar, que conheceu Vinícius de Moraes, com o qual compôs as seguintes canções: Samba do Pouso e O mergulhador – dentre outras.

Em 1970 conheceu aquele que viria a ser o mais frequente parceiro, com quem compôs mais de uma centena de canções: Aldir Blanc, O Mestre Sala dos Mares, O Bêbado e a Equilibrista, Bala com Bala, Kid Cavaquinho, Caça à Raposa, Falso Brilhante, O Rancho da Goiabada, De Frente pro Crime, Fantasia, Bodas de Prata, Latin Lover, O Ronco da Cuíca, Corsário, dentre muitas outras.
A primeira gravação saiu no disco de bolso do jornal O Pasquim: Agnus Sei (1972). No ano seguinte, assinou contrato com a gravadora RCA, lançando o primeiro disco, que levava apenas seu nome.
Em 1972 conheceu Elis Regina, que gravou uma parceria sua com Aldir Blanc: Bala com Bala; a carreira deslanchou depois da interpretação da cantora para o bolero Dois pra lá, Dois pra cá.

Guinga

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Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar mais conhecido como Guinga, é um compositor e violonista brasileiro. Profissionalmente, atuou como violonista com vários artistas renomados como Clara Nunes, Beth Carvalho, Alaíde Costa, João Nogueira e Cartola.

Teve várias de suas músicas gravadas por Elis Regina, Cauby Peixoto, Michel Legrand, Sérgio Mendes, Chico Buarque, Ivan Lins, Leila Pinheiro e Ronnie Von. No álbum Catavento e Girassol, gravado pela cantora Leila Pinheiro, as quatorze músicas são de sua autoria. Como parceiros estão Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc e Chico Buarque.

Eudes Fraga

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Nascido em Quixadá. É um compositor, violonista e cantor brasileiro. Já compôs com diversos artistas, como Jane Duboc, Nilson Chaves, Flavio Venturini, Paulo César Pinheiro, Selma Reis, Eliana Printes, Sérgio Santos, Quinteto Agreste, entre outros. Vencedor de vários Festivais de Música pelo Brasil.

Claudio Nucci

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É um cantor, compositor, violonista e produtor musical brasileiro. Integrou o grupo Boca Livre na primeira formação oficial do grupo – sendo Zé Renato, Maurício Maestro e David Tygel os outros integrantes – tendo participado do primeiro LP do grupo, com 11 faixas – homônimo – lançado em 1979 de forma independente, com grande sucesso de execução na mídia e vendas (mais de 100.000 cópias).

Claudio Nucci iniciou a carreira solo na Emi-Odeon/Emi Music, onde lançaria um compacto simples (“Quero Quero” – parceria com Mauro Assumpção – e “Acontecência” – parceria com Juca Filho – são as faixas, que obtiveram sucesso imediato nas execuções em rádio e TV, tendo sido incluídas em trilhas de novelas: Quero Quero em Olhai os Lírios do Campo, Acontecência em Brilhante e, mais tarde, em Coração de Estudante e depois, seus três primeiros álbuns formato LP: Claudio Nucci (1981); Volta e Vai (1983); e Melhor de Três (1984). Todas as capas de seu disco até esse ano foram criadas e fotografadas por Locca Faria.

Participou de diversos projetos músicas feitas por encomenda para novelas (Helena, em parceria com Cacaso para a novela Helena; “Ciranda do Sassá” para a novela O Salvador da Pátria), participações em compilações temáticas como os SongBooks de Dorival Caymmi, Ary Barroso, Tom Jobim, Chico Buarque, Djavan, além de participar como intérprete convidado de Edu Lobo, Guinga e Sergio Mendes, entre outros.

Ana de Hollanda

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Cantora, compositora, produtora, diretora teatral, roteirista, atriz e dramaturga brasileira. Sempre trabalhou em diversas atividades ligadas ao setor cultural, tanto junto à galerias de arte e antiquários, assim como roteirista e produtora audiovisual em teatros pelo Brasil. Já atuou como tradutora chefe da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, do município de Osasco. Também foi diretora do Centro de Música da Funarte, que é o setor responsável pela política para música do Ministério da Cultura, foi vice-presidente do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro-RJ e foi Ministra da Cultura do Governo Dilma entre janeiro de 2011 e setembro de 2012. Anna é e filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim Buarque de Hollanda. É irmã do compositor Chico Buarque, das cantoras Miucha e Cristina Buarque, do economista Sérgio Buarque de Hollanda Filho e do advogado Álvaro Buarque de Hollanda, e tia materna da cantora Bebel Gilberto.

Nasceu e cresceu na cidade de São Paulo, tendo morado dois anos na Itália, quando o pai ministrou um curso na Universidade de Roma. A partir desse período passou a fazer participações especiais ou integrar coros em gravações de artista como os irmãos Chico, Miucha, Cristina, mas também Milton Nascimento, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Chico Maranhão, Fafá de Belém, Paulo Vanzolini, Lula Barbosa, Jards Macalé, Simone Guimarãese inúmeros outros. Em 1978 integrou o coro que participava do show Tom, Vinícius, Toquinho e Miucha no Canecão e Anhembi – RJ e SP. Em 1980 gravou o primeiro disco solo: “Ana de Hollanda”, pelo selo Eldorado. Durante o período da ditadura militar, Ana participou ativamente de reuniões com estudantes e, posteriormente com artistas e intelectuais, período em que ajudou a organizar o movimento ‘Diretas Já” e, mais tarde, integrou o Forum Permanente de Cultura onde se discutia políticas culturais para uma futura redemocratização.

Paulo César Pinheiro

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Compositor e poeta brasileiro. Tem mais de duas mil canções, das quais mais de mil gravadas, compostas com cerca de 120 parceiros, uma grande variedade que inclui músicos como João Nogueira, João de Aquino, Francis Hime, Dori Caymmi, Raphael Rabello, Antônio Carlos Jobim, Ivan Lins, Edu Lobo, Mauro Duarte, Guinga, Carlinhos Vergueiro, Toquinho, Eduardo Gudin, Luciana Rabello, Mauricio Carrilho, Cristovão Bastos, Sergio Santos, Moacyr Luz, Danilo Caymmi, Baden Powell, e Maria Bethânia.

Sua primeira composição foi aos 14 anos, “Viagem”, em parceria com João de Aquino. Quatro anos depois, começou a destacar-se como letrista, estabelecendo parcerias com Baden Powell, principalmente na voz de Elis Regina – como sua primeira canção registrada, “Lapinha”. Foi vencedor do I Festival da OTI 1972, realizado em Madrid, com a canção “Diálogo”, composição com Baden Powell. Outros intérpretes foram Elizeth Cardoso, Simone e Clara Nunes, com quem foi casado de 1975 até a morte desta em 1983, e os conjuntos MPB-4 e Quarteto em Cy. Em 2002, foi premiado, juntamente com Dori Caymmi, com um Grammy Latino na categoria de “Melhor Canção Brasileira”. No ano seguinte ganhou o Prêmio Shell pelo CD O Lamento do Samba.

Em 1985 casou-se com a musicista Luciana Rabello, tornando-se seu parceiro em diversas composições. Este casamento lhe deu dois filhos, Ana Rabello Pinheiro e Julião Rabello Pinheiro, ambos músicos e parceiros do poeta.

Moacyr Luz

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Músico e compositor brasileiro. Criador do “Samba do Trabalhador” um evento de maior sucesso de encontros de cantores, compositores, músicos, sambistas no Rio de Janeiro.

Carioca, possui nove CDs gravados trazendo em cada trabalho importantes referências à Música Brasileira. No primeiro, relançado em CD “Moacyr Luz 1988”, as participações de Raphael Rabello, Sivuca e Hélio Delmiro, dão um caráter acústico e lírico às canções primeiras da dupla Moacyr Luz e Aldir Blanc. Em “Vitória da Ilusão”, uma fusão de ritmo traduz dez anos da parceria, reunindo Medalha de São Jorge, Mico Preto, Saudades da Guanabara e Flores em Vida pra Nelson Sargento.

Na sua carreira de compositor, mais de 100 músicas gravadas por diferentes intérpretes da MPB, como, Maria Bethânia, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Leny Andrade, Gilberto Gil, Selma Reis e Leila Pinheiro. Lançado em 2003, “Samba da Cidade”, Moacyr Luz homenageia o Rio de Janeiro. Disco traz parcerias com um verdadeiro ‘quem é quem’ de compositores cariocas: Martinho da Vila, Nei Lopes, Wilson Moreira, Wilson das Neves, Aldir Blanc, Paulo César Pinheiro e Luiz Carlos da Vila.

Claudio Jorge

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Músico brasileiro nascido no Rio de Janeiro, Cláudio Jorge nos seus trinta e cinco anos de carreira já atuou em vários setores da atividade musical brasileira. Eminentemente ligado a música popular de seu país, particularmente o Samba, sua trajetória profissional teve início por volta dos seus vinte anos quando foi atuar como violonista de compositores importantes da chamada “Velha Guarda”, tais como, Ismael Silva e Cartola. Mais Tarde participou de shows e gravações ao lado de outros veteranos como Nelson Cavaquinho e Clementina de Jesus.

Seu primeiro trabalho como produtor de discos foi o LP de Roberto Ribeiro “Corrente de aço”, no ano de 1985 para a gravadora EMI-ODEON

Seu primeiro trabalho em disco como cantor e compositor aconteceu em 1980 na EMI-ODEON, e de lá pra cá tem tido suas composições gravadas por intérpretes importantes da MPB tais como: Emílio Santiago, Elymar Santos, Ângela Maria, Joana, Élson do Forrogode, Alaíde Costa, Zeca Pagodinho, Elza Soares, Roberto Ribeiro, Zezé Mota, Jorge Aragão, Martinho da Vila, Joel Nascimento, Sivuca, Luiz Carlos da Vila, Arranco de Varsóvia e outros.
Algumas destas composições são de sua autoria letra e música, outras são parcerias com Cartola, João Nogueira, Aldir Blanc, Nei Lopes, Hermínio Bello de Carvalho, Ivan Wrigg, Ivor Lancellotti, Délcio Carvalho e Martinho da Vila. Dentre seus parceiros de composição figuram nomes como Nei Lopes, Luiz Carlos da Vila, Ivan Wrigg, Délcio Carvalho, Cartola, Ivor Lancellotte, Ivan Lins, Elton Medeiros, Martinho da Vila, Mauro Diniz, João Nogueira, Wilson das Neves, Sidney Miller, Arlindo Cruz e mais recentemente o poeta angolano Manuel Rui.

Violonista dos mais requisitados, Cláudio participa de vários shows no Brasil e exterior, além de atuar em inúmeras sessões de gravações nos discos de artistas como Sivuca, Martinho da Vila, Simone, Renato Russo, Ney Matogrosso, Leny Andrade, Roberto Ribeiro (do qual também foi produtor de um dos seus discos), Ismael Silva, Clementina de Jesus, Alcione, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, João Donato, Lecy Brandão, Carlos Lyra, Beth Carvalho, Ivan Lins, Fundo de Quintal e João Nogueira.

Sebastião Tapajós

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Violonista e compositor brasileiro. Nascido em Alenquer, no Estado do Pará, mudou-se para Santarém ainda pequeno. Começou ainda criança a estudar violão. Em 1964, foi estudar na Europa. Formou-se pelo Conservatório Nacional de Música de Lisboa, em Portugal. Na Espanha, estudou guitarra com Emilio Pujol e cursou o Instituto de Cultura Hispânica. Realizou recitais nesses dois países. Regressando ao Brasil, recebeu a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967.
Ao longo de sua carreira, o artista já tocou com nomes conhecidos da MPB como Hermeto Pascoal, Jane Duboc, Zimbo Trio, Waldir Azevedo, Paulo Moura, Sivuca, Maurício Einhorn e Joel do Bandolim, e internacionais como Gerry Mulligan, Astor Piazzolla, Oscar Peterson e Paquito D’Rivera.

Em 1998 compôs a trilha sonora do longa-metragem paraense Lendas Amazônicas.
Tapajós é um músico consagrado na Europa, onde se apresentou um sem-número de vezes durante as últimas décadas, particularmente na Alemanha, e já lançou mais de cinquenta discos. Tendo uma sólida carreira internacional, o violonista vem realizando todos os anos pelo menos duas turnês internacionais. Todos os seus discos têm sido relançados em CD em vários países.
Em 2005 estreou, ao lado da bailarina Carmen Del Rio, o espetáculo O Violão e a Bailarina, no Shopping da Gávea, no Rio de Janeiro. O show contou com a participação especial do contrabaixista paraense Ney Conceição.

Além de sua obra como instrumentista, é autor de várias canções, em parceria com Marilena Amaral, Paulinho Tapajós, Billy Blanco, Antonio Carlos Maranhão, Avelino V. do Vale e outros compositores.

Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Emílio Santiago, Miltinho, Pery Ribeiro, Jane Duboc, Maria Creuza, Fafá de Belém, Nilson Chaves, Ana Lengruber e Cristina Caetano, entre outros.

Nos últimos anos, o violonista tem demonstrado um vigor impressionante compondo um grande número de novas obras, experimentando novas estéticas e revisando sua vasta produção. Em 2010 fez a direção artística do álbum Cristina Caetano interpreta Sebastião Tapajós e Parceiros. Em seguida, em 2011, produziu e lançou os discos Cordas do Tapajós e Conversas de Violões, com o amigo e parceiro Sérgio Ábalos. Já em 2012 lançou Suíte das Amazonas e remasterizou o clássico Painel, uma de suas obras mais conhecidas em todo o mundo. Em 2013 lançou e realizou turnê nacional com o CD Da Lapa ao Mascote, e lançou o DVD Sebastião Tapajós e amigos solistas (2013).
Em 16 de maio de 2013, Sebastião Tapajós recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Ainda no mesmo ano, em 11 de novembro de 2013, recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).
Sebastião Tapajós vive hoje em Santarém, Em abril de 2017 foi criado o Instituto Sebastião Tapajós com o intuito de divulgar e sistematizar a produção musical de Sebastião Tapajós. Considerado entre os maiores violonistas do mundo.

Dori Caymmi

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É um músico, cantor, produtor musical, arranjador e compositor brasileiro, filho dos também músicos Dorival Caymmi e Stella Maris. Irmão da cantora Nana Caymmi e do flautista, cantor e compositor Danilo Caymmi. O músico residiu por mais de 20 anos em Los Angeles, nos Estados Unidos, para onde mudou-se no final dos anos 1980 compondo trilhas para a indústria cinematográfica americana retornou para o Brasil há alguns anos e continua compondo e produzindo. Acabou de produzir e fazer os arranjos do recém lançado disco de sua irmã Nana Caymmi.

Além do pai famoso, a principal influência de Dori foi o movimento da Bossa Nova. Iniciou seus estudos de piano aos oito anos de idade, sob a tutela de Lúcia Branco e Nise Poggi Obino. Estudou teoria musical no Conservatório Lorenzo Fernandez e, em 1959, fez sua estreia profissional acompanhando ao violão a irmã Nana. Em 1960, tornou-se membro integrante do Grupo dos Sete (famoso grupo cênico capitaneado por Fernando Torres, em que compunha e executava música incidental para peças teatrais e teleteatros. Co-dirigiu e tocou violão na peça Opinião (1964) e Arena Conta Zumbi (1966), trabalhos de transição estilística entre a Bossa Nova e a moderna MPB. Foi produtor de discos de Edu Lobo, Eumir Deodato e Nara Leão, dentre outros, nessa fase.

A estreia fonográfica como compositor deu-se no disco “Luiz Eça e Cordas” (1964), do pianista Luizinho Eça, que naquele álbum gravou “Amando” e “Velho Pescador, compostas por Dori.

Sua canção “Saveiros”, composta em parceria com Nelson Motta para o I FIC (Festival Internacional da Canção) em 1966 (TV Rio-Rede Globo), foi defendida por Nana Caymmi e sagrou-se a vencedora na disputa contra “O Cavaleiro”, de Tuca e Geraldo Vandré. A parceria com Nelson Motta mostrou-se fecunda em outros sucessos, como “O Cantador” e “Minha Doce Namorada”.

Seu primeiro disco, “Dory Caymmi” (1972), teve produção do maestro Lindolfo Gaya, arranjos do próprio Dori e músicos participantes do porte de Wagner Tiso, Tavito e Robertinho Silva, oriundos da efervescente banda Som Imaginário.

Dori passou a tocar e fazer turnês com o saxofonista americano Paul Winter no início dos anos 70. Também arranjou e produziu álbuns de Caetano Veloso, Gal Costa e Gilberto Gil. Apesar de seu envolvimento com o então nascente movimento da Tropicália, ele próprio não compôs nem gravou nada nesse estilo devido a seu distanciamento pessoal da música pop americana, europeia e latina. Gravou com inúmeros artistas de fama internacional, como Dionne Warwick, Toots Thielemans, Oscar Castro-Neves e Eliane Elias, para citar apenas alguns.

Escreveu, arranjou e colaborou em numerosas trilhas sonoras para cinema e TV nos anos 70 e 80, com destaque para os filmes “Casa Assassinada” (1971), de Paulo César Saraceni, “Tati, a Garota” (1973), de Bruno Barreto e “O Duelo” (1974), de Paulo Thiago. Foi também diretor artístico da Rede Globo de Televisão, participando de novelas como “Gabriela”, em 1975, (com sua música “Alegre Menina” incluída na trilha, interpretada pelo então esconhecido Djavan) e “O Casarão” de 1976.

Seu trabalho mais importante, entretanto, foi a direção musical do seriado “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, para o qual contribuiu com diversos arranjos e composições. Ele sempre foi ligado à literatura brasileira (seu pai foi amigo e parceiro de Jorge Amado), o que influenciou na escolha por esses trabalhos.

Em 1989, após realizar uma série de projetos e arranjos com Sergio Mendes, Dori passa a morar em Los Angeles, nos Estados Unidos.
A empresa de Quincy Jones, a Quest Records, produziu alguns dos CDs do artista.

Dori Caymmi teve dois de seus CDs nomeados para o Grammy: Influências e Contemporâneos, além de ter conquistado dois Grammies latinos, de melhor CD de samba Para Caymmi 90 Anos e de melhor canção brasileira “Saudade de Amar”, em parceria com Paulo César Pinheiro.

Lançou em 2018, álbum com os amigos Edu Lobo e Marcos Valle comemorando 50 anos da amizade entre os três.
Dori participou de diversos projetos nos últimos anos, além dos discos em homenagem ao pai Dorival Caymmi, ele participou de gravações com nomes como Olivia Hime, Joyce Moreno, Sérgio Ricardo, Wanda Sá, entre outros. Dori também escreveu arranjos nos mais recentes discos de Carlos Lyra e Nana Caymmi, ambos lançados em 2019. É o diretor musical do filme sobre a vida e obra do seu pai Dorival Caymmi com direção, roteiro e fotografia de Locca Faria que está em fase de finalização para lançamento em 2021.

Zé Renato

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Cantor, compositor e violonista. Nascido em Vitória/ES, desde cedo adotou o Rio de Janeiro como sua cidade, o que acabou por refletir diretamente na sua música. Com mais de 40 anos de carreira, iniciou sua trajetória com o Grupo Cantares, ao lado de Juca Filho e Marcos Ariel, fundando, na sequência, o quarteto vocal e instrumental Boca Livre em 1978, com o qual ganhou projeção nacional e gravou diversos discos.

Construiu sua carreira solo paralelamente ao seu trabalho com o Boca Livre, participando individualmente de vários projetos musicais. Primando pela sofisticação de produção e repertório, consolidou-se no primeiro time de intérpretes brasileiros. Algumas de suas canções foram gravadas por artistas como Jon Anderson (da banda Yes), Milton Nascimento, Joyce Moreno, Zizi Possi, Leila Pinheiro, Lulu Santos, Nana Caymmi, Otto e MPB-4, além do próprio Boca Livre, entre outros.

• Participação na banda do guitarrista americano Al di Meola, com a gravação do LP “Tiramisu” e turnês pelos Estados Unidos e Europa;
• Em 1998, realização de turnê de lançamento do CD “Boca Livre convida”, apresentando-se em diversas capitais brasileiras e no Summerstage Festival de Nova York (EUA);
• Em 2003, idealização e produção do cd “Samba pras crianças”, que recebeu o Prêmio TIM 2004 de Melhor Disco Infantil;
• Em 2004, prêmio Rival BR de Música na categoria de Melhor Cantor com o seu disco solo “Minha Praia”;
• Em 2006, idealização e produção do CD “Forró pras crianças”, que recebeu o Premio Tim 2007 de melhor cd infantil e foi indicado ao Grammy Latino de 2007 na categoria Melhor Álbum Infantil;
• Vencedor do Prêmio da Música Brasileira 2014 na categoria Melhor Grupo de MPB com o disco “ZR Trio”, formado por Zé Renato, Tutty Moreno e Rômulo Gomes;
• Lançou em 2018 o álbum “Bebedouro”, com novas composições ao lado de Moacyr Luz, Paulo Cesar Pinheiro, Joyce Moreno, Capinan, Nei Lopes, Moraes Moreira e João Cavalcanti, contando, no disco, com participações especiais de Dori Caymmi, Moraes Moreira, Celso Fonseca, Dadi Carvalho e Vinícius Cantuária.

Cristóvão Bastos

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Compositor, pianista e arranjador brasileiro. Atua com Chico Buarque, Edu Lobo, Paulo César Pinheiro, Abel Silva, Paulinho da Viola, entre outros e trabalhou com Aldir Blanc, Elton Medeiros e Selma Reis, que nos deixaram. Algumas de suas músicas de sucessos são, “Todo Sentimento”, com Chico Buarque, “Resposta ao Tempo” e “Suave Veneno” com Aldir Blanc.

Anna Paes

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Compositora, cantora, violonista e professora, fez sua iniciação musical na Escola de Música de Brasília, nos anos 1980 e mais tarde na Pró-Arte do Rio de Janeiro. Desde 2003 Anna Paes é professora de violão na Escola Portátil de Música, projeto de educação voltado para a capacitação e profissionalização de músicos através da linguagem do choro. Na Escola Portátil foi responsável pela criação da oficina Inéditas de Paulo César Pinheiro, voltada para o ensino e divulgação de repertório desconhecido de compositores contemporâneos, tendo como foco a obra do poeta Paulo César Pinheiro.

Como cantora, apresentou o show “Anna Paes canta Mauricio Carrilho e Paulo César Pinheiro” na programação Pauta Funarte 2009, na Sala Sidney Miller; homenagem à compositora D. Ivone Lara no Carioca da Gema com o grupo Pé de Moleque. Fez participações em shows do violonista e compositor Guinga (Teatro Municipal de Niterói, 2013; projeto Summer Bossa & Jazz Festival na Casa Julieta de Serpa, 2014; Sala Funarte Sidney Miller, no projeto Música no Capanema, 2014). Faz apresentações em casas de shows como o Bar Semente e Bottle’s Bar apresentando principalmente repertório autoral.

Em 2015, em parceria com o compositor Sérgio Souto, teve a sua primeira música gravada pela cantora Nina Wirtti e pelo bandolinista Luís Barcelos, “Mandinga”, lançada no CD “Chão de caminho” e no DVD “Geração Semente”. Em 2016 lançou o seu primeiro CD, “Miragem de Inaê” (Biscoito Fino), com músicas autorais em parceria com Iara Ferreira e direção musical de Jayme Vignoli. O disco traz 10 faixas inéditas e conta com as participações especiais de Guinga, do Quarteto Maogani e da cantora Paula Santoro.

Marcelle Almeida

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Cantora, violonista e compositora nascida na cidade de Santarém no Estado do Pará. Vem atuando em vários shows na região amazônica e despontando como uma promissora revelação da região. Seus estudos de música estão levando a ensinar música e fazer um trabalho de resgate musical em aldeias indígenas como a da etnia Munduruku, na Floresta Nacional do Tapajós. Admiradora da obra de Aldir Blanc tem nele um referencial na sua trajetória.

Maria Lídia

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Figurando entre as mais conceituadas artistas do Estado do Pará, a cantora defende a união de grupos e a implantação de políticas públicas para que o Carimbo, considerado o carro-chefe da cultura do Pará, possa ser melhor divulgado em nível nacional e internacional. Além de compositora, Maria Lídia se destaca na música paraense como intérprete, arranjadora e produtora cultural com mais de 30 anos de carreira.

É membro da Academia de Letras e Artes de Santarém tem músicas gravadas por Fafá de Belém e é uma grande trabalhadora para a inclusão do Carimbo em conhecimentos gerais nas escolas paraenses, para que a música e a dança possa alavancar e seja mais divulgado  para chegar ao nível de conhecimento como o carnaval do Rio de Janeiro, as Tribos de Juruti e os bois de Parintins, onde já existe o apoio de música e dança do carimbo, dando essa visibilidade. E o carimbo é isso, é dança e ritmo contagiante.

Uma grande interprete da região amazônica e de relevantes trabalhos a cultura paraense.

José Carlos Capinan

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É mais conhecido como Capinan, nascido em Esplanada – BA, é um imortal da Academia de Letras da Bahia.
Letrista, poeta, escritor, jornalista, publicitário, médico. Aos 15 anos começa a escrever poesias. Em 1960, muda-se para Salvador para estudar direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ao mesmo tempo matricula-se em teatro no Centro Popular de Cultura (CPC), onde conhece Caetano Veloso e Gilberto Gil. Três anos depois escreve a peça Bumba Meu Boi, musicada por Tom Zé. Muda-se para São Paulo no início dos anos 1960, trabalha como redator publicitário e é coautor, com Caetano Veloso e Torquato Neto, da peça Pois É, de 1965, apresentada por Gilberto Gil, Maria Bethânia e Vinicius de Moraes no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro. Ainda em 1965, assina, com Caetano Veloso, a trilha sonora do documentário Viramundo, de Geraldo Sarno, que inclui a letra da canção homônima, composta por Gil e gravada por Maria Bethânia.

Estreia como cancionista com Ladainha, em parceria com Gil, gravada por Nara Leão em 1966. Nesse ano, compõe Canção para Maria, musicada por Paulinho da Viola, que fica em terceiro lugar no 2º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, interpretada por Jair Rodrigues. Publica o primeiro livro de poemas, Inquisitorial, retorna a Salvador e se forma em medicina. Em 1967, faz o roteiro, ao lado de Torquato Neto, do programa televisivo Vida, Paixão e Banana do Tropicalismo, apresentado por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Vence o 3º Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, com Ponteio, parceria com Edu Lobo, com quem também assina Canto de Despedida, Cirandeiro, Corrida de Jangada, Chorinho de Mágoa e Rosinha. No mesmo ano, compõe em parceria com Gilberto Gil Água de Meninos e Aboio.

Em 1968 compõe Clarice, com Caetano Veloso, e Soy Loco por Ti, América, com Gilberto Gil, ambas gravadas por Caetano Veloso. Participa do disco Tropicália: ou Panis et Circensis com a letra de Miserere Nobis, musicada por Gilberto Gil. Concorre no 4º Festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969, com a música Gotham City, composta com Jards Macalé, com quem continua a parceria, em 1972, com Farinha do Desprezo, 78 Rotações, Meu Amor Me Agarra & Geme & Treme & Chora & Mata e Movimento dos Barcos. No ano seguinte, dirige e produz o show de Gal Costa e Jards Macalé no Teatro Oficina, em São Paulo; e também o espetáculo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro. Entre 1973 e 1975 compõe duas canções com Fagner: Como se Fosse e Última Mentira. Assina com Paulinho da Viola as canções Coração Imprudente e Orgulho.

Com Edu Lobo, compõe Limite das Águas, Negro Negro, Repente e Considerando, em 1976. Em 1977, lança o livro de poesia Ciclo de Navegação, Bahia e Gente. Dois anos mais tarde, compõe com Mirabô Dantas Não Posso Crer, gravada por Terezinha de Jesus, e Pitanga, por Marlui Miranda. Terezinha interpreta outra canção de Capinan e Mirabô Dantas, Caso de Amor; Amelinha canta Gemedeira, de Capinan e Robertinho de Recife, em 1980. No ano seguinte, da parceria com Geraldo Azevedo resulta Moça Bonita. Paulinho da Viola musica duas letras de Capinan: Mais que a Lei da Gravidade e Prisma Luminoso, faixa que dá título ao disco de 1983.

Capinan faz parceria com João Bosco em Imã dos Ais e Papel Machê, em 1984; em 1986 eles compõem Pirata Azul. Entre 1987 e 1989, Capinan trabalha como secretário da Cultura do Estado da Bahia. Em 1988, é lançado o disco comemorativo O Viramundo – 21 Anos de Tropicalismo, uma antologia de suas parcerias com Gil, João Bosco, Gereba, Macalé, Edu Lobo, Francis Hime, Zé Ramalho, Paulinho da Viola e Geraldo Azevedo. Publica dois livros de poesia em 1989: Confissões de Narciso e Balança mas Hai Kai, e, em 1996, o livro de poemas Uma Canção de Amor às Árvores Desesperadas. Elabora, em 2000, duas obras que abordam em tom crítico o aniversário de 500 anos do Brasil: a canção Perisseia, com Tom Zé; e a ópera Rei Brasil 500 Anos, com Paulo Dourado e Fernando Cerqueira. Assina três músicas com Mirabô Dantas: Colando a Boca no Teu Rosto, Mares Potiguares e Estrela d’Alva, em 2007.

Wagner Tiso

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É nascido em Três Pontas, Minas Gerais, músico, arranjador, regente, pianista e compositor brasileiro de formação erudita. Aprendeu teoria musical com Paulo Moura e especializou-se em teclados. Participou do conjunto Sambacana em 1964 e dois anos depois foi trabalhar com o antigo mestre. Acompanhou diversos artistas, como Cauby Peixoto, Ivon Cury, Maysa e Marcos Valle. Principal parceiro de Milton Nascimento e um dos nomes do movimento Clube da Esquina, em 1970 passa a acompanhar Milton com a banda que se tornaria, posteriormente, o lendário Som Imaginário ao lado de Zé Rodrix, Tavito, Robertinho Silva, Luiz Alves e Frederah.

Integrante do Clube da Esquina, logo começou a fazer sucesso no exterior, apresentando-se em Atenas e Montreux, e também acompanhando não só Milton, como também de Flora Purim, Ron Carter e Airto Moreira.

Nos anos 70, foram dele os arranjos para Gonzaguinha, Paulo Moura, Johnny Alf, MPB-4, Dominguinhos, o próprio Milton e outros.
Em 1993 arranjou o álbum Filmes de Guerra, Canções de Amor da banda gaúcha Engenheiros do Hawaii.

Ao longo de sua carreira esteve ao lado como arranjador, compositor e pianista ao lado dos maiores nomes da música nacional e internacional como Gal Costa, Maria Bethânia, Cauby Peixoto, Nelson Freire, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Caetano Veloso, Gilberto Gil entre tantos outros nomes.

É um dos maiores compositores brasileiro para trilhas de cinema e TV
• 1969 Os deuses e os mortos, filme de Ruy Guerra.
• 1977 A lira do delírio, filme de Walter Lima Júnior.
• 1980 Poema sujo, peça de Ferreira Gullar.
• 1981 Inocência, filme de Walter Lima Júnior.
• 1984 Chico Rei, filme de Walter Lima Júnior.
• 1986 Besame mucho, filme de Francisco Ramalho Jr. e Dona Beija, telenovela da TV Manchete.
• 1987 Tanga – Deu no New York Times, filme de Henfil.
• 1988 O grande mentecapto, filme de Oswaldo Caldeira e O primo Basílio, minissérie da TV Globo.
• 1989 Seis documentários para um projeto educacional do governo de Portugal e diversos documentários de Silvio Tendler, como Memórias do aço e Olhar do fotógrafo.
• 1993 Regência de orquestra em 5 faixas do primeiro disco em formato acústico no Brasil com a banda gaúcha Engenheiros do Hawaii, no disco, “filmes de Guerra, canções de Amor”.
• 1994 O sorriso do lagarto, minissérie da Globo.
• 1995 O guarani, filme de Norma Bengell.
• 1997 A ostra e o vento, filme de Walter Lima Júnior.
• 1999 Tiradentes, filme de Oswaldo Caldeira
Wagner Tiso é considerado patrimônio musical da música mineira, brasileira e internacional.

Gênio Popular

Em 1996, o disco comemorativo “Aldir Blanc – 50 Anos”, em homenagem ao compositor, reuniu várias participações especiais, entre elas, Betinho ao lado do MPB4, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi. O álbum reúne, também, letras e melodias com Guinga, Moacyr Luz, Cristóvão Bastos e Ivan Lins.

Com João Bosco, compôs algumas canções na trilha de abertura de novelas e séries, como “Doces Olheiras” (na novela Gabriela, da TV Globo, em 1975), “Visconde de Sabugosa” (para O Sítio do Pica-Pau Amarelo, em 1977), “Coração Agreste” (em Tieta, de 1979), “Confins” (em Renascer, de 1993), “Suave Veneno” (na novela homônima, de 1999), “Chocolate com Pimenta” (tema de novela homônima, em 2003), “Bijuterias” (para a minissérie “O Astro”, no remake de 2011).

Aldir Blanc era também cronista, reconhecido pelas bem-humoradas histórias e personagens da Zona Norte do Rio.
Publicou vários livros, entre eles “Rua dos Artistas e Arredores” (Ed. Codecri, 1978); “Porta de tinturaria” (1981), “Brasil passado a sujo” (Ed. Geração, 1993); “Vila Isabel – Inventário de infância” (Ed. Relume-Dumará, 1996), e “Um cara bacana na 19ª” (Ed. Record, 1996), com crônicas, contos e desenhos. Contribuiu, ainda, com crônicas para os jornais O Dia, O Estado de São Paulo e O Globo.

Aldir Blanc deixa composições que marcaram a vida e a história dos brasileiros. O menino nascido no Estácio, Centro do Rio, era um observador das ruas, poeta da vida e da cidade. Captava a alma do subúrbio. Virou também cronista e em suas histórias revelava paixões, como o bairro de Vila Isabel, onde passou a infância, o time do coração, o Vasco da Gama, e o carnaval.

Aldir Blanc batizou também um dos mais tradicionais blocos carnavalesco do Rio de Janeiro, o “Simpatia é Quase Amor”, que desfila há anos em Ipanema, na Zona Sul.

Ele tinha 73 anos e estava internado na UTI desde o dia 15 de julho, onde foi diagnosticado com a covid-19, além de sintomas de infecção urinária e pneumonia. Blanc deixou seu nome eternizado na música brasileira com canções que ultrapassam gerações:
“A poesia acorda triste com a partida de mais uma caneta que nos inspirou a sonhar”, postou o rapper Emicida no Twitter.
“Bosco e Blanc cunharam grandes pérolas e eternizaram momentos importantes na história da nossa música”, escreveu Samuel Rosa, vocalista do Skank, em seu Instagram.

Aldir Blanc deixa duas filhas do primeiro casamento, Mariana e Isabel, e mais duas de criação do segundo, Tatiana e Patrícia. Também deixa cinco netos e um bisneto. E também um legado na história da música brasileira.

Aldir é LEI

A Lei federal 14.017/2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, tem como objetivo central estabelecer ajuda emergencial para artistas, coletivos e empresas que atuam no setor cultural e atravessam dificuldades financeiras durante a pandemia.

Em homenagem ao compositor e escritor Aldir Blanc, que morreu em maio, vítima da Covid-19, o projeto vem para socorrer profissionais e espaços da área que foram obrigados a suspender seus trabalhos.

De acordo com a lei, o recurso total de R$ 3 bilhões será distribuído de forma que 50% do valor sejam destinados aos estados e ao Distrito Federal – deste montante, 20% serão distribuídos segundo critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e os outros 80% serão alocados proporcionalmente entre a população local.

Podem solicitar o auxílio pessoas com atividades interrompidas e que comprovem atuação no segmento nos 24 meses anteriores à publicação da lei, como artistas, produtores e técnicos. Elas também não podem possuir emprego formal ativo e nem receber benefício previdenciário ou assistencial, à exceção do Bolsa Família, além de ter renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo ou renda familiar mensal total de até três salários mínimos – o que for maior.

Os beneficiários não poderão, ainda, ter acumulado rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018. O pagamento será limitado a dois membros da mesma família, sendo que a mulher chefe de família receberá duas cotas. A lei também estabelece um subsídio mensal à manutenção de espaços, micro e pequenas empresas, cooperativas, instituições e organizações comunitárias da área que tiveram atividades suspensas por medidas de isolamento social.

Informe-se na Secretaria de Cultura do Estado e do seu Município como se cadastrar.