É mais conhecido como Capinan, nascido em Esplanada – BA, é um imortal da Academia de Letras da Bahia.
Letrista, poeta, escritor, jornalista, publicitário, médico. Aos 15 anos começa a escrever poesias. Em 1960, muda-se para Salvador para estudar direito na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Ao mesmo tempo matricula-se em teatro no Centro Popular de Cultura (CPC), onde conhece Caetano Veloso e Gilberto Gil. Três anos depois escreve a peça Bumba Meu Boi, musicada por Tom Zé. Muda-se para São Paulo no início dos anos 1960, trabalha como redator publicitário e é coautor, com Caetano Veloso e Torquato Neto, da peça Pois É, de 1965, apresentada por Gilberto Gil, Maria Bethânia e Vinicius de Moraes no Teatro Opinião, no Rio de Janeiro. Ainda em 1965, assina, com Caetano Veloso, a trilha sonora do documentário Viramundo, de Geraldo Sarno, que inclui a letra da canção homônima, composta por Gil e gravada por Maria Bethânia.
Estreia como cancionista com Ladainha, em parceria com Gil, gravada por Nara Leão em 1966. Nesse ano, compõe Canção para Maria, musicada por Paulinho da Viola, que fica em terceiro lugar no 2º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, interpretada por Jair Rodrigues. Publica o primeiro livro de poemas, Inquisitorial, retorna a Salvador e se forma em medicina. Em 1967, faz o roteiro, ao lado de Torquato Neto, do programa televisivo Vida, Paixão e Banana do Tropicalismo, apresentado por Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Vence o 3º Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, com Ponteio, parceria com Edu Lobo, com quem também assina Canto de Despedida, Cirandeiro, Corrida de Jangada, Chorinho de Mágoa e Rosinha. No mesmo ano, compõe em parceria com Gilberto Gil Água de Meninos e Aboio.
Em 1968 compõe Clarice, com Caetano Veloso, e Soy Loco por Ti, América, com Gilberto Gil, ambas gravadas por Caetano Veloso. Participa do disco Tropicália: ou Panis et Circensis com a letra de Miserere Nobis, musicada por Gilberto Gil. Concorre no 4º Festival Internacional da Canção, da TV Globo, em 1969, com a música Gotham City, composta com Jards Macalé, com quem continua a parceria, em 1972, com Farinha do Desprezo, 78 Rotações, Meu Amor Me Agarra & Geme & Treme & Chora & Mata e Movimento dos Barcos. No ano seguinte, dirige e produz o show de Gal Costa e Jards Macalé no Teatro Oficina, em São Paulo; e também o espetáculo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro. Entre 1973 e 1975 compõe duas canções com Fagner: Como se Fosse e Última Mentira. Assina com Paulinho da Viola as canções Coração Imprudente e Orgulho.
Com Edu Lobo, compõe Limite das Águas, Negro Negro, Repente e Considerando, em 1976. Em 1977, lança o livro de poesia Ciclo de Navegação, Bahia e Gente. Dois anos mais tarde, compõe com Mirabô Dantas Não Posso Crer, gravada por Terezinha de Jesus, e Pitanga, por Marlui Miranda. Terezinha interpreta outra canção de Capinan e Mirabô Dantas, Caso de Amor; Amelinha canta Gemedeira, de Capinan e Robertinho de Recife, em 1980. No ano seguinte, da parceria com Geraldo Azevedo resulta Moça Bonita. Paulinho da Viola musica duas letras de Capinan: Mais que a Lei da Gravidade e Prisma Luminoso, faixa que dá título ao disco de 1983.
Capinan faz parceria com João Bosco em Imã dos Ais e Papel Machê, em 1984; em 1986 eles compõem Pirata Azul. Entre 1987 e 1989, Capinan trabalha como secretário da Cultura do Estado da Bahia. Em 1988, é lançado o disco comemorativo O Viramundo – 21 Anos de Tropicalismo, uma antologia de suas parcerias com Gil, João Bosco, Gereba, Macalé, Edu Lobo, Francis Hime, Zé Ramalho, Paulinho da Viola e Geraldo Azevedo. Publica dois livros de poesia em 1989: Confissões de Narciso e Balança mas Hai Kai, e, em 1996, o livro de poemas Uma Canção de Amor às Árvores Desesperadas. Elabora, em 2000, duas obras que abordam em tom crítico o aniversário de 500 anos do Brasil: a canção Perisseia, com Tom Zé; e a ópera Rei Brasil 500 Anos, com Paulo Dourado e Fernando Cerqueira. Assina três músicas com Mirabô Dantas: Colando a Boca no Teu Rosto, Mares Potiguares e Estrela d’Alva, em 2007.