Carlos José Fontes Diegues, conhecido mundialmente como Cacá Diegues, nascido em Maceió, em 19 de maio de 1940, a 80 anos. Aos 6 anos de idade, sua família foi morar em Botafogo-RJ, onde deu continuidade a sua infância e permaneceu por sua adolescência.
Estudou no colégio Santo Inácio, em Botafogo RJ, até entrar na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC RIO), formou-se no curso de Direito, no Brasil não havia faculdade de cinema.
Cacá como presidente do Diretório Estudantil e um dos fundadores do Cinema Novo, na década de 1950, junto com amigos, Glauber Rocha, Arnaldo Jabor, David Neves entre outros, deu início às suas atividades de cineasta amador.
Em 1959 faz seu primeiro curta-metragem, Fuga, assim começa sua importante jornada na cinematografia brasileira.
Em 1960, com uma lente de 16mm emprestada de um amigo, cria o curta Brasília.
No ano de 1961, junto com David Neves (crítico de cinema, roteirista e diretor do cinema brasileiro) e o Diretor de fotografia Affonso Beato, nasce o curta-metragem Domingo.
Cinco Vezes Favela, foi um dos filmes que inauguraram o Cinema Novo em 1962, a
participação de Cacá, surge no episódio da Escola de Samba Alegria de Viver, seu primeiro filme profissional.
Em seguida (1964), o cineasta contribui para difundir na memória coletiva o seu primeiro filme, Ganga Zumba, o roteiro se baseia no livro do historiador João Felício dos Santos. Brilham no seu elenco os artistas, Antônio Pitanga, Cartola, Léa Garcia, Nara Leão, Jorge Coutinho entre outros.
Em 1965, é a vez do curta-metragem A Oitava Bienal, já em 1966 é exibido o filme A Grande Cidade, no elenco os atores participantes são: Anecy Rocha, Leonardo Villar, Arnaldo Jabor, Hugo Carvana e Joel Barcelos.
O documentário Oito Universitários, nasce em 1967 (curta-metragem), o filme Os Herdeiros estreia em 1969, faz parte do seu elenco, Odete Lara, Grande Otelo, Mario Lago, Daniel Filho, Caetano Veloso, Dalva de Oliveira e outros.
O curta-metragem Receita de Futebol é dirigido por Diegues em 1971, em sequência os curtas: Cinema Íris (1974), Aníbal Machado (1975), Batalha da Alimentação (1984), Batalha do Transporte (1986), Reveillon 2000 (1999) e Carnaval dos 500 anos (2000).
A Música Popular Brasileira (MPB), sempre esteve presente nos trabalhos de Cacá, no filme Quando o Carnaval Chegar (1972), participavam da trilha sonora, Maria Bethânia, Chico Buarque e Nara Leão.
O filme Joanna Francesa (1973), é criado por Diegues e estrelado pela atriz, francesa Jeanne Moreau uma estrela do cinema francês. O cineasta apaixonado pela história do Brasil, cria o filme Xica da Silva (1976), seu maior sucesso popular no país, em um período que o Brasil enfrentava a ditadura, Xica da Silva foi grande sucesso de público, estrelado por Zezé Motta.
Inspirado em uma tia solteira, que gostava de ouvir a música Caminhemos de Herivelto Martins, Cacá dirigiu o filme Chuvas de Verão (1978).
No calor do interior de Alagoas, término de filmagem de Chuvas de Verão, Diegues avistou de longe uma luz azul, era uma TV, a partir daí surge a ideia da obra Bye Bye Brasil (1979), seu maior sucesso internacional. Fizeram parte dessa cinematografia, Betty Faria, Marieta Severo, José Wilker, Fabio Junior e muitos outros.
Em 1984, Cacá realiza o filme Quilombo, de produção internacional, que contribui na construção da história da cultura Brasileira.
Com advento do governo Collor, o Brasil passa por situação crítica na economia e afeta diretamente o cinema no país, nesse período, o cineasta consegue realizar dois filmes de baixo custo, Um Trem para as Estrelas (1987) que teve entre os atores Marcos Palmeira, Paulinho Moska e Cacuza. Já no filme Dias Melhores Virão (1989), alguns dos atores escolhidos para participarem da comédia foram: Marília Pêra, Rita Lee, Zezé Motta, Paulo José e muitos outros.
Videoclips como: Exército de Um Homem Só (Engenheiros do Hawaii 1990) e Kamasutra de Ersasmo Carlos, foram roteirizados e produzidos por Diegues.
O filme Veja essa canção, além de artistas veteranos, como Fernanda Montenegro e Maria Lúcia Dahl, Cacá usa a MPB em suas obras, convida Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Ben Jor e Fernando Brant para participarem do seu filme.
Em 1996 o Brasil conhecia Tieta do Agreste, obra de Jorge Amado. Sônia Braga protagoniza Tieta, o filme também contou com a presença de Chico Anysio, Patrícia França e Cláudia Abreu entre tantos artistas que fizeram os brasileiros se encantarem diante da comédia romântica brasileira dirigida por Cacá Diegues. No Longa-metragem For All, O Trampolim da Vitória (1997), Diegues faz parte da comédia dessa vez como ator.
O filme Orfeu, aparece nas telas em 1999, onde Antônio Garrido, dá vida ao personagem Orfeu, participam também do longa-metragem, Nelson Sargento, Castrinho, Sérgio Loroza e outros.
Em 2003, entra em cartaz o filme Deus é brasileiro, inspirado no conto “O santo que não acreditava em Deus”, de João Ubaldo Ribeiro. Antônio Fagundes interpreta Deus na comédia, participam também do longa, os atores: Wagner Moura, Paloma Duarte, Stepan Nercessian e outros.
Atuante na cinematografia, o cineasta constrói sozinho o roteiro do filme O Maior Amor do Mundo (2006), e apresenta ao público em no máximo dois anos.
A comédia Giovanni Improtta (2013), traz José Wilker como protagonista e atores como: Jô Soares, Milton Gonçalves e Andréia Beltrão entre outros.
Sua mais recente obra cinematográfica aparece nas telas em 2018, o Longa-metragem O Grande Circo Místico, onde Marcus Frota, Mariana Ximenes, Bruna Linzmeyer ajudam a compor a equipe de atores. Inspirado na obra de Jorge de Lima. Jornalista, escritor, diretor, ator, cineasta, premiado em festivais como: Cannes, Venezza, Berlim e muitos outros, o que o torna um dos cineastas latino-americanos mais conhecidos e respeitados no mundo, Cacá Diegues contribui e faz parte da história do Brasil e do cinema nacional.